25 dezembro 2009

Insone


Atravessando a madrugada
Enquanto meus olhos morrem em lágrimas
O mundo filtra-se pelos meus ouvidos
Não vejo nada senão a própria noite
Meus olhos pegam sons com dedos falhos
Mas nada tem substância aqui dentro
Risos e palavras mortas
Chegam, nadam e dançam
Giram e se entrechocam
Em desenhos de luz que não entendo
Ele acelerou o carro
Estendo meu coração
Ouvindo inquieto
Em busca de algum som definitivo
Na curva, o carro golpeia
Estes olhos insones ensopados
Não acham a claridade
Confundo os sentidos
Ninguém atende ao telefone
Ficarei assim
Até que alguém me lance desta dimensão
Num vôo em céu aberto
Daqui pra próxima nebulosa
Em alguma espaçonave
Até o infinito
Até alguma notícia dele
Até mais.
Julia Melo

2 comentários:

Anônimo disse...

Tu sabes q amo essa, né?
Oa, e essa foto "astronomia"?
Cabelo super ruivo e grande... E uma cara de pirraia dananda! =P
Boneca, tas abandonando o Fotolog =O
Gostei não disso! :X
Bjosssssss
Te amo!

Juju Melo disse...

Acho q essa eh minha poesia favorita!