17 dezembro 2008


"Tire essa idéia da cabeca "-Falou-lhe mais uma vez a consciência.
O problema é que a idéia não estava na cabeça.
O coração constrictou-se.
Pingaram gotas de sangue.
Era ali que Ele se encontrava.
Ele e a absurda idéia de tentar de novo.
Já não sabia se era Ele,
O que viveram ou o que ele representava.
Independente do que fosse
Queria tentar de novo.
Queria aconchegá-lo em seus braços,
Iluminar-se com seu sorriso
E acima de tudo,
Queria entregar-se como não conseguiu fazer até então.
"Tire essa MALDITA idéia da cabeça!!!!"
A razão já mudara o tom de voz.
Parecia zangada.
Ela fingiu que não ouvia.
Fechou os olhos,buscando encontrá-lo.
Queria bolar um plano para tê-lo de volta.
Mas o coração só sente.
Não pensa.
E a razão abominava a idéia.
Ai, estúpido coração!!!!!
Não era medo do amor e de tentar ser feliz.
Mas a inconstância dele.
Ela já havia sido paciente demais.
Já lhe havia dado tantas e tantas chances.
Lembrava do toque dele.
E mais uma vez fechava os olhos.
E era fácil encontrá-lo.
A razão já estava quase explodindo.
"ESQUEÇA-O!!"- gritou.
Ela suspirou.
E até a razão precisou respirar fundo.
"Não perdirei a cabeça."
A razão sabia que perder a si mesmo
Era dar espaco para o coracão agir só.
Repassou as justificativas de ter-se apaixonado por ele.
E bloqueou as idéias cardíacas de acreditar que tudo poderia ser diferente.
A instabilidade dele tornara o caminho perigoso demais para o coração.
A razão jamais deixaria-o suicidar.
O coração sorriu, inocente.
Achando que valeria correr riscos.
A razão e o coração deram as mãos.
Sabiam que apesar das divergências,
Deveriam caminhar juntos.
Unidos, eles eram mais forte.
Apertaram as mãos, decididos.
E foram em direção ao enterro dele.
Iriam esquecê-lo.
Caminhavam devagar, firme.
No caminho: gotas de sangue e lágrimas.
Era o rastro que ele deixava.
A razao chorava.
Embora, procusse manter-se forte.
E o coração sangrava.
Ela se perguntou se tambem haviam pedaços seus no caminho.
Sentia-se deixando um rastro de si mesma.
Todos sofriam.
Mas sabiam onde iam: Esquecê-lo.

Júlia Melo

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