23 dezembro 2008
























Naquela noite o sono não viera.
Mais uma vez, ela espreguiçou-se
Parecia deixar o cansaço para trás
Olhou o quarto inerte
Pegou uma boneca que já não lhe compreendia mais.
Arrumou-lhe um espaço na estante
Fechou os olhos e flutuou.
Sentindo-se pluma.


Então ela simplesmente olhou e sorriu.
E foi um sorriso cheio de estrelas e sons
Estava estranhamente feliz
O corpo no ar como poeira de giz
Sentiu um desejo estranho de comer morangos
Quase incontrolável
E silenciosamente atendeu


Ela não sabia exatamente o que buscava
“Humm! Morangos!”- pensou
Lavou-os com um cuidado secreto
Juntou-os numa bacia
E os levou



Mastigava-os vagarosamente
Abrindo e fechando a mandíbula num ritmo mágico
A cada dentada
Explodiam sensações desconhecidas
Tomando-lhe o físico e o emocional.
Crescendo nela ondas orgásticas concêntricas
Desobstruindo-lhe poros em cores
Ah! os morangos...


Num instante, passou a devora-los
Mordia-os compulsivamente
A Alma saltava-lhe deliciosamente
Dilacerando-a em pecado
Levando-a a emoções enternecidas
Quente e macia, acariciando-a como carne
Ah! Os malditos morangos...


Lambia os dedos
O último pedaço
O melhor dos orgasmo
Então ela apenas olhou e sorriu
E foi um sorriso cheio de estrelas e sons
E silenciosamente entendeu
Aquele desejo de comer morangos
E aquela menina-pluma cresceu.

Um comentário:

bruno disse...

nooossa..
essa edição da playboy eu tenho que comprar :D